As portas da dor.
Canetas

As portas da dor.


As portas da dor.

Dinara abriu seus olhos e, em agonia, percorreu o ambiente turvo em que se encontrava. Seus dias anteriores tinham sido regados a lágrimas, suor e sangue.
Era uma moça cheia de problemas. Não acreditava em si mesma, era dominada pela depressão, pelo ódio, pela dor. Cada dia que levantava era mais uma luta. Dizem que Deus abre as portas certas nas horas certas... ela estava esperando justamente que Ele decidisse fazer aquilo. A dor era excruciante.
A porta abriu.
Um homem, com uma bata médica e luvas, chegou e, conversando com o que parecia ser sua assistente, observou o corpo de Dinara. Em seu momento de vergonha, ela tentou se cobrir, mas sentiu que seu corpo não queria responder... ela estava completamente inerte. Ele posicionou diversos utensílios médicos em cima do suporte e tentou escolher o que seria melhor para aquele momento: optou pela serra.
Dinara percebeu o que ele iria fazer e tentou gritar, mas a voz não saia. A primeira vez que a serra tocou a pele de sua perna, Dinara pensou que ia desmaiar.
O homem continuou serrando. Primeiro seu perna, depois um braço, seu tronco. Retirou seu coração. Dinara não conseguia entender porque aquilo estava acontecendo. Ela queria viver... Ela precisava sair dali.
De repente, como um filme, uma imagem lhe veio a cabeça. Não, não podia ser... Sua mãe deve ter socorrido a tempo, não é? Dinara tentara se matar outras vezes e sua mãe sempre chegava para evitar o pior.
Olhou ao redor, já não estava mais na maca. Estava em pé, seguindo os pedaços do seu corpo. Eles estavam sendo mergulhados em ácido, era isso.
Era isso. Estava fadada a ver seu corpo se desfazer, ser manuseado por mãos inaptas e aceleradas. Seu corpo, que nunca lhe fora digno, agora era propriedade de outras pessoas. Dinara não conseguia entender o que estava acontecendo consigo mesma...

Mas eu consigo.



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Ela acordou com fome e sede. Não conseguia mexer as mãos, seu corpo ainda estava dormente. Começou a tentar imaginar que lugar era aquele e por que sentia uma dor lacerante na orelha esquerda. Descobriu uns cinco minutos depois, quando o sangue recomeçou...



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