Frankenpen I - Parker 21 MkII
Canetas

Frankenpen I - Parker 21 MkII


A Parker 21, é uma das canetas mais bem sucedidas da Parker. Fazer parte de uma família real sem perder valor e brilho para a rainha, é algo só possível para quem tenha muita personalidade. A Parker 21, foi lançada durante o reinado da Parker 51. A Parker 51 era fabricada com materiais e técnicas dos mais inovadores, o que rapidamente tornou-a objeto de desejo da maioria dos aficcionados por canetas.


Tais técnicas e materiais especiais, faziam da Parker 51 uma caneta CARA. A missão da Parker, era projetar e lançar no mercado uma caneta parecida com a 51, mas que pudesse custar mais barato em virtude de materiais e técnicas mais simples. Atingindo esse objetivo, estariam atendidos dois mercados principais, o dos usuários que não desejavam gastar demais com uma caneta e o mercado dos estudantes que queriam se livrar das pouco práticas penas de mergulho.


Nascia a Parker 21, diferente da 51 nos seguintes quesitos:


- Polímero: Poliestireno ao invés de acrílico;
- Acabamento da Tampa: Cromeadas e não folheadas a ouro;
- Protetor do ink sac: Desenho mais simples e econômico de material;
- Pena: Apesar de embutida, era recurva e não cilíndrica como na 51;
- Clipe: Sem o formato tradicional de flecha


Remexendo velhos achados em casa, encontrei uma Parker 21 MkII. Segunda geração da Parker 21, tinha pena integrada ao conjunto do "shell" (a região de empunhadura que cobre a pena) e clipe da tampa do tipo "hollow" (oco). Estado geral: Clipe com alguns pontos de corrosão por perda do cromo e pena sem o insert da ponta (o famoso "irídio"). Ninguém na família conseguiu afirmar com certeza quem tinha sido o dono/usuário dela.


A primeira idéia de quem vai consertar uma caneta, é substituir a(s) peça(s) avariadas por peças originais. No caso de uma Parker 21, essa tarefa é muito mais difícil do que parece a princípio. Projetada para ser uma caneta barata, a grande maioria quando fora de serviço, estava destinada ao lixo. Dessa forma, pouca gente guardou canetas que pudessem ser doadoras de peças e menos gente ainda tem peças de reposição novas para elas. Em outras palavras, como diz o popular: "NÃO VALE A PENA CONSERTAR"...


Mas as partes em polímero do corpo da caneta, estavam perfeitas, algo não muito comum em velhas Parker 21, pois o poliestireno é um polímero quebradiço e relatos de Parker 21 trincadas são muito comuns. Além disso, o "ink sac" estava íntegro e sem nenhum vazamento.


A desoxidação do clipe e a substituição da pena, poriam a caneta novamente em forma, mas depois de vários e-mails para muitas empresas especializadas, descobri que uma pena de Parker 21 era algo quase inexistente.


Fui então revirar a caixa de sucatas de canetas. Lá estava uma Parker 15 que usei diariamente por 20 anos. Essa caneta é conhecida atualmente como Parker Jotter tinteiro. Caneta muito simples, mas equipada com uma pena extremamente macia. Analisando a pena da Parker 15 na lupa, verifiquei que o insert da ponta estava perfeito.


Desmontado o conjunto alimentador/pena da Parker 21, constatei que a pena da 21 tinha o formato frontal ligeiramente diferente da 15 e o comprimento ligeiramente maior, mas a LARGURA era a mesma, o que permitiria o encaixe e fixação ideais.


Veja a seguir, fotos da caneta, que está perfeita e funcional. E o mais importante: Uma pena perfeita que equipava uma caneta quebrada, não foi parar no lixo... Importante observar, que essa adaptação, pode ser considerada como simples. O componente enxertado, apesar de fundamental, é da mesma marca e pela montagem embutida praticamente não mudou o visual original nem a funcionalidade da caneta.





A Parker 21 MkII com pena da Parker 15/Jotter 





loading...

- Frankenpen Iv - Koh-i-noor Rapidograph 1950 (primeira Parte)
Essa já chegou pronta na minha mão, fazia parte de um lote de canetas. Algo como uma limpeza de fundo de gaveta. O vendedor aparentemente não sabia o que fazer com ela e mandou junto... Diversos detalhes, intrigavam na caneta. A começar pela marca...

- Frankenpen Ii - Skater 1950
Felizmente já está mudando, mas até bem pouco tempo, produto chinês era sinônimo de falsificação mal-acabada. No ramo das canetas tinteiro, isso está bem longe de ser verdade hoje. Essa tendência entretanto, não foi exclusividade dos chineses....

- Materiais - Polímeros (segunda Geração)
Se no final do século XIX os polímeros eram materiais raros e exóticos, a Segunda Guerra Mundial trouxe ao mundo tecnologias até então inimagináveis. A segunda geração dos polímeros, foi marcada por materiais que não mais eram descobertos ao...

- A Pena (i)
Que a pena é o coração da caneta, ninguém tem dúvidas. Ela pode ser exposta, embutida, plana, recurva, cilíndrica, pode ter/ou não insert de metal duro na ponta, pode ser mais rígida ou mais elástica, mas a maior discussão, ainda corre por conta...

- Parker 51
Quando a lenda supera a realidade, divulgue-se a lenda! É um ditado muito antigo, mas eu não me surpreenderia se descobrisse que foi criado pensando na Parker 51... Não tenho a intenção neste blog, de ser fiel a uma ordem cronológica e muito menos...



Canetas








.