Parker 51
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Parker 51


Quando a lenda supera a realidade, divulgue-se a lenda! É um ditado muito antigo, mas eu não me surpreenderia se descobrisse que foi criado pensando na Parker 51... Não tenho a intenção neste blog, de ser fiel a uma ordem cronológica e muito menos de fazer justiça a todos os modelos bem sucedidos de canetas, mas escolher uma caneta lendária, é a tarefa mais fácil do mundo. A Parker 51 fatalmente vai ganhar disparado.


Antes de começar, vou declarar minha não-pretensão de esgotar o assunto. Se é impossível esgotar o tema caneta tinteiro, é ainda mais impossível esgotar o tema Parker 51. Muitos livros já foram escritos e publicados. Sites completos dedicados a ela. Não seria um simples post num blog que conseguiria essa façanha. Lá no final, vou colocar alguns links interessantes para quem quiser saber mais sobre a mais extraordinária caneta tinteiro já fabricada.


As canetas tinteiro, foram criadas para serem uma alternativa prática às velhas penas de mergulho. Não vou falar disso agora. Nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, as canetas tinteiro já eram uma realidade e a empresa Parker procurava consolidar-se como líder mundial. Para tanto, decidiu investir num projeto realmente revolucionário.


Todas as canetas tinteiro até então, tinham penas inspiradas na velha pena de mergulho e a Parker sentiu que aí estava o primeiro paradigma a ser quebrado. O projeto, resultou numa pena CILÍNDRICA (as penas até então eram apenas recurvas) e embutida, ou seja, apenas a extremidade era visível.


Uma Parker 51 Special


Mas não parava por aí... O primeiro polímero utilizado em canetas tinteiro, foi o EBONITE, material acidentalmente descoberto por Charles Goodyear quando inventou a vulcanização da borracha. Ebonite, nada mais era que borracha natural vulcanizada com enxofre em excesso. O material ficava preto como ébano (daí o nome...) e tinha uma excelente resistência química, o que o faz inerte às tintas. O segundo polímero largamente utilizado, foi o acetato de nitrocelulose (CELULÓIDE), que era menos resistente quimicamente, mas muito mais brilhante após o polimento e permitia cores vivas e bonitas.


Mas a Parker não poderia se contentar com materiais corriqueiros... Nesse panorama, a caneta foi projetada para utilizar um polímero que estava começando a se tornar conhecido, o polimetil metacrilato, fornecido pela ICI (Imperial Chemistry Industries da Grã-Bretanha) com o nome de LUCITE e genericamente conhecido até hoje como ACRÍLICO. O material, foi empregado com sucesso em quase toda a caneta, sendo usado no corpo, nos componentes internos (alimentador e coletor) e no "shell" (a empunhadura que cobre a pena).


As tampas eram invariavelmente metálicas e receberam diversos acabamentos, sendo o mais comum e apreciado o "banho" de ouro.


Variações


A Parker 51 foi fabricada da década da década de 40 até meados da década de 70 e durante esse tempo, foi sendo modificada a bem do aperfeiçoamento. De modo geral, a caneta teve quatro sistemas diferentes de alimentação, um inicial com botão que acionava um reservatório de borracha (apenas na fase de protótipos), um que durou quase toda a década de 40, onde um botão acionava um diafragma que bombeava a tinta para dentro do corpo (sistema conhecido como Vacumatic), um que foi o sistema definitivo, onde o reservatório de borracha era diretamente pressionado manualmente (conhecido como Aerometric) e um sistema por CARTUCHO, que foi experimentado comercialmente, mas retornou sucesso zero.


Materiais


O acrílico, reinou QUASE absoluto durante a vida a Parker 51. Houve a Parker 51 Special, fabricada com materiais e técnicas mais simples visando redução de preço, houve modelos especiais fabricados com corpos + tampas metálicos. São eles a Parker 51 Signet (mais tarde renomeada para Insignia), totalmente metálica e folheada a ouro, a Parker 51 Presidential (corpo e tampa feitos em liga de ouro maciço) e a Parker 51 Flighter (corpo e tampa feitos em AÇO INOXIDÁVEL). a Parker 51 Flighter, foi inspirada pelo visual dos aviões da Segunda Guerra. Casualmente inclusive, o famoso caça estadunidense Mustang, tinha como código militar P51...


Uma Parker 51 Mk III Flighter


Versões


No início, a Parker não denominou suas canetas por versões. Essa prática só se consolidou com a variante Aerometric, que ficou conhecida por suas três versões, a Mk I, a Mk II e a Mk III. Esta última, foi lançada durante a década de 70 e foi considerada o "canto do cisne" da Parker 51. Entre outras coisas, modificou até mesmo o polímero. O tradicional acrílico deu lugar ao ABS, a novidade da época. Foi a última tentativa de manter o mito...


Links


A seguir, três links de alta qualidade. Infelizmente, todos os três em inglês, mas excelentes fontes de referência.


http://www.parker51.com/ - Específico sobre as Parker 51
http://www.parkercollector.com/ - Dedicado a todas as Parker
http://www.richardspens.com/ - Não específico das Parker, mas um excelente site




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